sexta-feira, 27 de março de 2009

E ele era um poeta

Os campos verdes infindos eram salpicados por pedras cinza-esverdeadas pelos anos como confeitos sobre um bolo e eram cortadas por baixos muros da mesma pedra antiga que cruzavam os campos como fios finos e escurecidos. O colorido de sofridas flores silvestres amarelas e roxo abatido davam um ar mais frio ainda aos altos pastos. As montanhas subiam altas e titânicas e o vento cantava silenciosamente e, no frio das serras altas, as araucárias erguiam-se altas e imponentes quase que tentando desafiar a montanha e de seus galhos inclinados e longos como braços finos desciam barbas de velho foscas e idosas.

E um suspiro escapa e uma nuvenzinha se forma perto da boca do poeta e ele olha e admira e se maravilha e sonha. Ele era um poeta, era isso que ele fazia.

E por isso ele sonhava.

E, numa montanha acima das nuvens cercado de grama que parecia não acabar e flores bravas que sobreviviam ao frio e araucárias que subiam retas e imunes que pareciam serem tão velhas quanto as próprias montanhas e as montanhas de pedra cinzenta como deuses olhando de seus tronos, ele sonha com coisas ainda mais fantásticas.

Pois era o que ele fazia, era sua maldição. E ele era um poeta.

2 comentários:

  1. Parabéns pelo seu blog! Gostei bastante das suas postagens.
    Dá uma passada no meu.
    [aprocurainfinita.blogspot.com]

    ResponderExcluir
  2. Olhaa q coisa mais perfeita!

    Vc põe a gente lá dentro do cenário!

    Amei

    ResponderExcluir